Eu sei pai. Não devia ter tirado o desenho do outro menino.
Mas era tão bonito!
Mas era tão bonito!
Os carrinhos que ele desenhou eram de todas as cores e pintou uns balões no céu que pareciam rir-se para mim. E, sabes pai, nas casas dos desenhos dele, tenho a certeza, naquelas casas que ele fazia, as crianças nunca tinham frio nem medo.
Eu quis muitas vezes fazer desenhos como aqueles, juro que tentei pai.
Só que acho que os meus lápis eram tristes e quando riscavam no papel nunca pintavam aquelas cores.
É verdade pai. Eu sei que me deste lápis que, por fora, eram vermelhos, azuis e amarelos mas, por dentro, pai, eram todos cinzentos e, por mais que eu quisesse desenhar um sol, saía sempre uma bola escura e as casas pareciam sempre geladas e feias.
Só que acho que os meus lápis eram tristes e quando riscavam no papel nunca pintavam aquelas cores.
É verdade pai. Eu sei que me deste lápis que, por fora, eram vermelhos, azuis e amarelos mas, por dentro, pai, eram todos cinzentos e, por mais que eu quisesse desenhar um sol, saía sempre uma bola escura e as casas pareciam sempre geladas e feias.
Não foi por mal, pai. Eu queria tanto uma caixa de lápis alegres que riscassem desenhos como aquele.
Mas os meus lápis eram tristes.
Mas os meus lápis eram tristes.
Chamava-se Bastien. Tinha três anos. Morreu em França às mãos do pai dentro de uma máquina de lavar roupa por ter tirado um desenho a um colega do jardim de infância.
Maria Filomena Neto, aqui.
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