os meus refúgios
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
As palavras essenciais.
Vergílio Ferreira
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
A banda sonora da minha noite.
quinta-feira, 13 de outubro de 2016
A banda sonora da minha noite
sábado, 1 de outubro de 2016
A mão chega.
quinta-feira, 29 de setembro de 2016
A (incontornável ) banda sonora da minha noite.
terça-feira, 27 de setembro de 2016
Recantiga.
E era as folhas espalhadas, muito recalcadas no correr do ano,
A recolherem uma a uma por entre a caruma de volta ao ramo.
E era à noite a trovoada que encheu na enxurrada aquela poça morta,
De repente, em ricochete, a refazer-se em sete nuvens gota a gota.
E era de repente o rio, num só rodopio, a subir o monte,
E a correr contra a corrente, assim de trás para a frente, a voltar à fonte.
Um monte de cartas espalhadas des-desmoronando-se todo em castelo,
E era linha duma vida sendo recolhida de volta ao novelo.
E era aquelas coisas tontas, as afrontas que eu digo e que me arrependo,
A voltarem para mim, como se assim tivessem remendo.
E era eu, um passarinho caído no ninho à espera do fim,
E eras tu, até que enfim, a voltar para mim...
https://youtu.be/tV9HscpC-RU
Despedidas.
que vai ser que já é o teu desaparecimento
digo-te adeus
e como um adolescente
tropeço de ternura
por ti.
Alexandre O'Neill, Poesias Completas.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
Christmas time.
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
Sei agora
Sei agora como nasceu a alegria,
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.
É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.
É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.
Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou
para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias.
Eugénio de Andrade
In Memoriam
E assim sou, fútil e sensível, capaz de impulsos violentos e absorventes, maus e bons, nobres e vis, mas nunca de um sentimento que subsista, nunca de uma emoção que continue, e entre para a substância da alma. Tudo em mim é a tendência para ser a seguir outra coisa; uma impaciência da alma consigo mesma, como com uma criança inoportuna; um desassossego sempre crescente e sempre igual. Tudo me interessa é nada me prende.
No dia em que passam 80 anos sobre a sua morte.
(O excerto é do heterónimo Bernardo Soares - Livro do Desassossego, trecho 10, Assírio & Alvim, 1998, p. 53.
O esboço tem o traço inconfundível do Mestre Júlio Pomar.)
domingo, 29 de novembro de 2015
As so this is (almost) Christmas
segunda-feira, 13 de julho de 2015
O dia em que te deixei.
imagem daqui. |
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
Legenda.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Contai aos vossos filhos*
Manhãs submersas
Penelope Cruz in «Vicky Cristina Barcelona» [2008] |
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
As minhas manias.
Gosto de mimos.
imagem daqui. |
segunda-feira, 28 de julho de 2014
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
In Memoriam
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
In Memoriam
Pelas vezes em que os seus poemas me consolaram, pelas vezes em que as suas palavras foram empáticas com os meus sentimentos. Pelas vezes em que o citei, fazendo minhas as suas palavras. Por tudo quanto me deu, e por tudo aquilo que dele fica, depois de tudo, depois da morte.
Obrigada, António Ramos Rosa, pelo que fizeste por mim.
Até sempre, meu amigo.
Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.
quinta-feira, 16 de maio de 2013
Quando vier a Primavera
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
(Poemas Inconjuntos, heterónimo de Fernando Pessoa)
Alberto Caeiro
quinta-feira, 2 de maio de 2013
Capa negra de saudade.
terça-feira, 30 de abril de 2013
A igualdade chegou ao casamento em França
imagem daqui. |
quarta-feira, 10 de abril de 2013
terça-feira, 9 de abril de 2013
Noites brancas.
segunda-feira, 8 de abril de 2013
quinta-feira, 4 de abril de 2013
In Memoriam
segunda-feira, 1 de abril de 2013
To Mrs. M. B. On Her Birthday
Oh be thou blest with all that Heav'n can send,
Long Health, long Youth, long Pleasure, and a Friend:
Not with those Toys the female world admire,
Riches that vex, and Vanities that tire.
With added years if Life bring nothing new,
But, like a Sieve, let ev'ry blessing thro',
Some joy still lost, as each vain year runs o'er,
And all we gain, some sad Reflection more;
Is that a Birth-Day? 'tis alas! too clear,
'Tis but the funeral of the former year.
Let Joy or Ease, let Affluence or Content,
And the gay Conscience of a life well spent,
Calm ev'ry thought, inspirit ev'ry grace.
Glow in thy heart, and smile upon thy face.
Let day improve on day, and year on year,
Without a Pain, a Trouble, or a Fear;
Till Death unfelt that tender frame destroy,
In some soft Dream, or Extasy of joy,
Peaceful sleep out the Sabbath of the Tomb,
And wake to Raptures in a Life to come.
Alexander Pope
Para a M. B. no seu aniversário. Parabéns, miúda.
sexta-feira, 29 de março de 2013
É política, estúpido!
quinta-feira, 21 de março de 2013
Regresso
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraído percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.
Manuel António Pina