segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Variação sobre o mesmo tema




Não há nada que preencha os vazios. Quando alguém morre, essa pessoa morre, e está morta para sempre, e o que resta fazer é habituarmo-nos a viver com a ideia da morte. Da morte da pessoa que amamos e da nossa própria morte, que, por vezes nos faz desejar que seja próxima. E, outras vezes, pensamos que não, não tem de ser imediata. Os vazios nunca se preenchem, jamais, com nada, nem com droga, nem com outras pessoas, nem com subterfúgios, não se preenchem.

Pilar del Rio, na primeira entrevista televisiva após a morte de José Saramago.