(...) Os livros não servem para sermos mais "cultos", mais "informados", mais "preparados". Servem para estarem presentes quanto tudo o resto está ausente: eles são o refúgio do mundo quando o mundo persiste em avançar do avesso. Eles são o porto que nos aguarda quando a embarcação está perdida ou destruída. Eles são o primeiro e o último brinde aos amigos que não tivemos, aos sonhos que não vieram. E, como na canção francesa, a todas as mulheres que não nos amaram. A vida nem sempre é justa (...).
João Pereira Coutinho, Revista Única, 12.07.2008.