sexta-feira, 6 de julho de 2012

Chamo-Te.

Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio
E suportar é o tempo mais comprido.


Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só de Teus olhares me purifique e acabe.


Há muitas coisas que não quero ver.

Peço-Te que sejas o presente.
Peço-Te que inundes tudo.
E que o Teu reino antes do tempo venha
E se derrame sobre a Terra
Em Primavera feroz precipitado.


Sophia de Mello Breyner Andresen

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