Mais do que um sonho: comoção!
Sinto-me tonto, enternecido,
quando, de noite, as minhas mãos
são o teu único vestido.
E recompões com essa veste,
que eu, sem saber, tinha tecido,
todo o pudor que desfizeste
como uma teia sem sentido;
todo o pudor que desfizeste
a meu pedido.
Mas nesse manto que desfias,
e que depois voltas a pôr,
eu reconheço os melhores dias
do nosso amor.
David Mourão-Ferreira
2 comentários:
Não conhecia. Lindo.
beijo amigo
É mesmo. Lindo. Ainda bem que o partilhei - agora já o conhece.
Pesquise mais sobre David Mourão-Ferreira. Tem poesia (e prosa) fantásticas!
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