sexta-feira, 13 de abril de 2012

O Beijo.

Congresso de gaivotas neste céu
Como uma tampa azul cobrindo o Tejo.
Querela de aves, pios, escarcéu.
 
Ainda palpitante voa um beijo.

Donde teria vindo! (Não é meu...)

De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
Mandado de captura ou de despejo?

É uma ave estranha: colorida,

Vai batendo como a própria vida,
Um coração vermelho pelo ar.

E é a força sem fim de duas bocas,

De duas bocas que se juntam, loucas!
De inveja as gaivotas a gritar...

Alexandre O'Neill, No Reino da Dinamarca


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