Os meus livros (que não sabem que existo)
São uma parte de mim, como este rosto
De têmporas e olhos já cinzentos
Que em vão vou procurando nos espelhos
E que percorro com a minha mão côncava.
Não sem alguma lógica amargura
Entendo que as palavras essenciais,
As que me exprimem, estarão nessas folhas
Que não sabem quem sou, não nas que escrevo.
Mais vale assim. As vozes desses mortos
Dir-me-ão para sempre.
Jorge Luís Borges
[Hoje é o Dia Mundial do Livro. Boas leituras.]
[adenda: descobri há pouco que a UNESCO instituiu, em 1996, o dia 23 de Abril como o Dia Mundial do Livro em honra a William Shakespeare e a Miguel Cervantes, falecidos ambos a 23 de Abril de 1616.]
2 comentários:
Não prescindo dos meus livros!
Nem eu!
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