quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Às vezes

Às vezes julgo ver nos meus olhos
A promessa de outros seres
Que eu podia ter sido,
Se a vida tivesse sido outra.

Mas dessa fabulosa descoberta
Só me vem o terror e a mágoa
De me sentir sem forma, vaga e incerta
Como a água.


Sophia de Mello Breyner Andersen


Sem comentários: