sábado, 11 de dezembro de 2010

Delírio

Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frémitos carnais, ela dizia:
"Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!"
Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.
Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
"Mais abaixo, meu bem!" Num frenesi.
No seu ventre pousei a minha boca,
"Mais abaixo, meu bem!" - disse ela, louca.
Moralistas, perdoai! Obedeci…

Olavo Bilac

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