Tudo perdura no tempo, mas torna-se tão pálido como aquelas fotografias muito antigas que ainda foram fixadas em chapas metálicas. A luz e o tempo retiram das chapas as tonalidades nítidas e características dos traços. É preciso rodar a fotografia e encontrar uma certa refracção da luz para podermos reconhecer na obscura chapa metálica a pessoa cujas feições foram absorvidas pela placa. Deste modo se desvanecem no tempo todas as lembranças humanas. Mas um dia, a luz cai dum lado qualquer e tornamos a ver um rosto.
Sándor Márai, As velas ardem até ao fim.
[Iniciado ontem. Para aguçar a curiosidade, Pedro.]
2 comentários:
Aguçadíssimo! Obrigado!
De nada! Disponha sempre!
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