segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Cartas a Um Jovem Poeta III

"Se não existir nada de comum entre você e as outras pessoas, procure viver próximo das coisas. Elas não o abandonarão. Ainda há noites, e ventos que silvam entre as árvores e por cima de muitas terras. Ainda, em coisas e em animais, está tudo repleto de acontecimentos que você pode compartilhar. E também as crianças continuam a ser como você próprio foi em criança: tão tristes e tão felizes. Enquanto você pensa na sua Infância, voltará a viver entre elas, as crianças solitárias. E então, as pessoas maiores já não significarão nada, nem terá qualquer valor a sua dignidade.

Rainer Maria Rilke, Cartas a Um Jovem Poeta, sexta carta, de 23 de Dezembro de 1903.

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