quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Quando fores velha e grisalha...

Quando fores velha e grisalha e o sono
Te surpreender à lareira, folheia devagar
Este livro, e sonha com as sombras profundas
Que um dia povoaram o teu doce olhar;


Houve quem amasse a tua graça e amasse
A tua beleza com falso ou sincero amor,
Mas só um homem amou a tua alma peregrina,
E as rugas que invadiam a tua face.


Inclinada junto às brasas incandescentes,
Murmura com mágoa como o amor te abandonou,
E em passos largos galgou as montanhas
E escondeu o rosto numa miríade de estrelas.


William Butler Yeats
(Tradução de Jorge Sousa Braga)

Sem comentários: