domingo, 24 de outubro de 2010

Um Jeito Estúpido de Te Amar

Eu vou te contar que você não me conhece...
E eu tenho que gritar isso, porque
você está surdo e não me ouve!
A sedução me escraviza a você...

Ao fim de tudo você permanece comigo,
mais preso ao que eu criei e não a mim.
E quanto mais falo sobre a verdade inteira
um abismo maior nos separa...
Você não tem um nome, eu tenho...
Você é um rosto na multidão,
e eu sou o centro das atenções,

mas a mentira da aparência do que eu sou,
e a mentira da aparência do que você é.
Por que eu, eu não sou o meu nome,
e você não é ninguém...

O jogo perigoso que eu pratico aqui,
ele busca a chegar ao limite possível da aproximação.
Através da aceitação, da distância, e do reconhecimento dela.
Entre eu e você existe a notícia que nos separa...
Eu quero que você me veja nua, eu me dispo da notícia.
E a minha nudez parada, te denuncia, e te espelha...

Eu me delato, tu me relatas...
Eu nos acuso, e confesso por nós.
Assim, me livro das palavras
com as quais você me veste.

Fauzi Arap

 

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